sábado, 16 de abril de 2011

Papéis borrados

Assim eles seguem, com suas construções elaboradas

Desdobrando-se em milhares e milhares,

De possíveis acontecimentos, de possíveis causas.


Parecem querer ver a vida bordada em complexidades

De mundos intocáveis em enredamentos ordenados,

De mundos intangíveis em papéis ornamentais.


Enquanto isso eu sigo aqui, olhando a chuva que cai

Num cobertor enrolado e com um pensamento no coração:

Um café cairia muito bem!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Brisa Noturna

É, eu voltei a escrever; não sei bem, ainda, sobre o quê.

Olha o copo de café, o computador e nada vem à mente, só a vontade de escrever.

Digitar, assim, palavras e mais palavras, sem pensar muito em estética ou conteúdo, só deixar aliviar o peito angustiado.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

"Acho que na sociedade atual nos falta filosofia"  
Frase atribuída a José Saramago

A filosofia, ou pela filosofia, olhamos o mundo com outros olhos. É inevitável uma mudança de pensamento. Uma mudança no modo de ser e encarar as coisas.

Posso estar enganada. Pode ser que qualquer curso que faria (ou não fazer nenhum curso) mudaria em algo na minha vida. Acho que sim, na realidade. Mas, ainda acho que a filosofia te muda de um jeito único; porque é seu objeto de investigação o mundo! As relações que os homens têm no mundo.

Filosofia, não importa se política, filosofia da ciência ou da linguagem, filosofia moral; a filosofia muda as tuas lentes.

Ou não! Pode ser que eu esteja enganada, não tenho mesmo certeza de nada disso que escrevi. Talvez o que falta na sociedade atual não é filosofia, mas algo bem mais simples: falta vida.



segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Papagaios livres



Hoje vi dois papagaios voando
Passaram ao alto,
Voando e cantando.
Griii, Griii...
Grii, Grii...
Foi a primeira vez que gostei de ver papagaios;
Também foi a primeira vez que gostei de como ouvi suas vozes,
Conversavam com suas próprias palavras.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Problemas da Filosofia de nosso tempo


         A partir da leitura dos textos de Stegmüller e Nunes, junto a outras leituras realizadas ao longo do curso de Filosofia, bem como a minha perspectiva como pessoa, posso dizer que os problemas da filosofia hoje refletem os resultados de acontecimentos históricos ocorridos no início e metade do séc. XX, como as segundas guerras mundiais e o advento da tecnologia. Os filósofos de hoje analisam as conseqüências sociais e científicas de acontecimentos tão poderosos, tentando tecer assim o que é importante para uma humanidade que hoje se encontra entre a total falta de regras (o tudo vale) e conhecimentos e leis cada vez mais rigorosos.  Neste ponto entra o destaque de Nunes em relação às duas espécies de contemporaneidade: uma estática e horizontal e outra dinâmica e verbal. Temos assim a sincronia e diacronia de tempos; alguns problemas de nossos dias são contemporâneos aos do início do séc. XX, mas algumas abordagens e perspectivas em relação a eles são diferentes.
            Uma característica importante é que do mesmo modo que a ciência deixou de se concentrar na filosofia durante a modernidade, fragmentando-se e especializando-se em diversas áreas, a filosofia segue o mesmo movimento, recebendo contornos distintos nos seus problemas e modos de abordagem: perde-se até mesmo uma definição concreta do que seja filosofia. As suas correntes podem dialogar com as ciências naturais e exatas (problema do valor e estrutura do conhecimento científico), com as ciências humanas (existência social e individual; a validade da cultura, da sociedade e da história). A filosofia pode também ser um diálogo do sujeito consigo mesmo, a partir da questão da consciência do sujeito nas suas relações com o mundo, na sua existência.  Esses temas recebem tratamentos distintos, mas também aparecem interligados, como na bioética, por exemplo, que caracteriza-se como uma área de investigação sobre problemas éticos que surgem na sociedade atual, como o uso de nanotecnologia ou de células tronco; assim como dá novos olhares a problemas que já existem a mais tempo, como a eutanásia ou o aborto. Na bioética entrelaçam-se problemas de ciência e tecnologia, ética e existência. É interessante que não são só filósofos que fazem bioética, mas também cientistas, religiosos, juristas, grupos de minorias e médicos. Com isso, os comitês de bioética são compostos de forma multidisciplinar.
            Esse para mim é o destaque para os problemas da filosofia hoje. É na bioética que se encontram analisados uma parcela importante dos problemas da sociedade. Porém, a filosofia não se reduz a isso. Hoje há releituras do racionalismo com auxílio da neurociência, investigações sobre os seres humanos pela psicologia evolucionista, conhecimento da linguagem humana com as lógicas alternativas e a pragmática; as relações entre ser sujeito e ser indivíduo em uma sociedade pós “11 de setembro”, marcada pelo excesso de consumo e virtualidade das relações (as análises de uma sociedade hiper moderna), a política que surge na era da cibernética e da cada vez mais tênue linha entre vida privada e legislação.
Ao contrário do que afirma Stegmüller, de que seria desejável “reservar a palavra [filosofia] para uma atividade de algum modo rigorosamente definida” (p. 14), acredito que o estudo e a atividade filosófica só têm a ganhar em revitalização, campo e formas de abordagem, mesmo que muitos profissionais neguem que o que seu “vizinho de porta” faça seja de fato filosofia: enquanto houver pessoas interessadas na filosofia, dedicando seu tempo e seus esforços a um problema e transformando-os/relendo-os como questões de seu tempo, sempre haverá espaço na filosofia; e, é claro, a tão saudável transformação de ideias.
*texto escrito para a cadeira de Filosofia Contemporânea

quinta-feira, 29 de julho de 2010




"A arte de viver é simplesmente a arte de conviver ... simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!"

Mário Quintana








Continua a ser meu favorito!

Uma singela homenagem ao  poeta que dia 30 comemoraria 104 anos.

sábado, 17 de julho de 2010


18:00

Como um floco de neve, numa fria tarde de inverno;

Assim como as nuvens negras ao entristecer da tarde, encontram no silêncio do sol poente o seu fim;

Na noite calada e fria ainda caem os flocos de neve, refletidos sobre a fraca luz da lua,

Que junto com algumas poucas estrelas dançam uma valsa há muito esquecida;

Ao som de uma sinfonia silenciosa, os flocos de neve dançam solenemente, sobrevivem ao sol poente, o apagar das luzes do universo, iluminados por estrelas, que, como velas fracas, refletem suavemente a escuridão por entre as brumas da noite;

Mas os flocos de neve estão lá, e sempre estarão, mesmo quando o sol esconder toda a escuridão;

Os flocos de neve trarão consigo a memória, esta, escondida no lado escuro da lua, que reflete a luz da vida;

A mesma lua negra e fria que surge toda a noite;

Refletida nos flocos de neve, para iluminar a escuridão...


(texto escrito há bastante tempo, que eu acabei encontrando nesse frio anoitecer de julho.)