Terence Penelhum escreveu um artigo sobre psicologia moral de David Hume que, pelo menos até a página 123, faz uma leitura muito rica para a perspectiva dos escritos de Hume. Espero que o resto do texto também seja assim.
Penelhum, ao falar sobre o método empírico de Hume para o entendimento da natureza humana, coloca que Hume considera a idéia que temos de um “eu” (algo como um homenzinho dentro de nossa mente) não é nada mais do que várias percepções reunidas, uma espécie de teatro.
O “eu” interno de cada ser humano é, dessa forma, a nossa necessidade de lidar com diversas percepções ao mesmo tempo, e a partir disso surgem as diferenças, que variam de acordo com as os diferentes estímulos sociais e culturais.
Fazendo um paralelo com a arte, podemos notar que quando visitamos uma exposição, lemos um livro ou assitimo a um filme, prestamos mais atenção às nossas percepções, pois nos voltamos a elas. E isso gera maior próprio (de pessoa no mundo, em um contexto específico) e de nossa natureza (de características da espécie humana).
Penelhum, ao falar sobre o método empírico de Hume para o entendimento da natureza humana, coloca que Hume considera a idéia que temos de um “eu” (algo como um homenzinho dentro de nossa mente) não é nada mais do que várias percepções reunidas, uma espécie de teatro.
O “eu” interno de cada ser humano é, dessa forma, a nossa necessidade de lidar com diversas percepções ao mesmo tempo, e a partir disso surgem as diferenças, que variam de acordo com as os diferentes estímulos sociais e culturais.
Fazendo um paralelo com a arte, podemos notar que quando visitamos uma exposição, lemos um livro ou assitimo a um filme, prestamos mais atenção às nossas percepções, pois nos voltamos a elas. E isso gera maior próprio (de pessoa no mundo, em um contexto específico) e de nossa natureza (de características da espécie humana).
Fale mais sobre isso:
O texto está disponível no The Cambridge Companion to Hume, organizado por David Fate Norton.
Este "eu" interno nas nossas mentes, parece a sombra que nos acompanha, muda em forformidade da luz e quando ela desaparece ... some por completo. Às vezes dele fugimos ou ele nos deixa... mas temos um "eu" dentro de nós.
ResponderExcluirEsta questão da interpretação, para mim sem muito pensar ou fundamentar é tema de interogação ... pois quando ministro algo sobre vertebrados, aves ou mamíferos, fico a imaginar o que se passa na cabeça do aluno, em especial quando aplico um conceito taxonômico. Percebo que quando estimulo o aluno fazer o seu conceito, diferenças surgem ...
Uma vez iniciei as aulas na faculdade e o mesmo fiz com crianças no ensino primário: todos com os olhos vendados, entraram na sala e para cada um entreguei um animal ou parte dele. Nada dito "agressivo", como aranhas, cobras etc. Também estimulei a identificação através do olfato, e nas aulas de hotelaria, até trabalhamos a gustação. É surpreendente a descrição e os caminhos que a mente faz para chegar na identificação do objeto ou material. Imagine a arte, nas suas várias manifestações, como pode e é percebida e nos levar a diversidade de caminhos.
Martin
Pensa no olfato e no tato, por exemplo. São diferentes sensações que nos fornecem conhecimento do mundo. Agora pensa naquela sensação ou mesmo sentimento que temos, cada um, de que há um eu dentro de nossa mente, como se fosse um homenzinho pequeno lá dentro, governando nossas vontades, pensamentos e ações. Pois bem, esse eu é importante, mas ele não existe.
ResponderExcluirComo algo que não existe pode ser importante?! Esse problema da existência de uma consciencia livre (fora do plano da causalidade), de que "eu" estou além dos fatos do mundo, de que há uma vontade que transcende tudo o que é causado, é a idéia de que nós humanos possuimos um "dom especial", que chamamos de liberdade objetiva (ou absoluta). É uma discussão acirrada na filosofia e aparece nas entrelinhas de nossos juízos práticos (principalmente morais).
No caso de uma descrição do agir humano com base naturalistas, a idéia de liberdade caí por terra abaixo, pois ela é o oposto da idéia de causalidade (todo efeito tem uma causa. Gosto da perspectiva de Hume sobre isso justamente porque ele não nega que temos esse sentimento de liberdade e "eu" interno. Mas ele nos mostra que não passa disso: o "eu" (ou "self") é uma crença. É o que colocamos como causa desse monte de percepções das quais não sabemos explicar. Esse eu que sentimos é formado por sensações diversas, e vária pois as experiências do mundo variam (cultura, valores morais).
Obrigada pela reflexão, continuemos compartilhando!
Esse "self" presente na filosofia do Hume me parece ser mais uma "consciência de si", formada pelos meios com os quais interagimos com o mundo do que um "self" presente em nosso inconsciente, como se fosse o "id" freudiano.
ResponderExcluirO "self" humeano nada mais é do que nossa percepção do mundo que é mediada e limitada por nossos sentidos. Nossa visão de mundo é limitada por nosso aparato biológico e o apreendemos de acordo com essas capacidades naturais.
O "eu" como percepção de si é muito interessante, outros animais também o têm, fato que dá luz à nossa natureza por meio da perspectiva evolucionista. E, assim como acontece com os outros animais, nosso conhecimento de nós mesmos e do mundo é limitado, principalmente quando se trata de relações ocultas, poderes e forças. Para ficar em Hume, temos a vontade e a causalidade.
ResponderExcluirQuanto à nossa percepção do mundo ser limitada por nossos sentidos/aparato biológico, penso ser verdade no sentido das capacidades humanas individuais (como fundamento do conhecimento). Mas na visão do mundo entram aspectos culturais, pois elas variam. Acho que são possibilitadas pelos aspectos biológicos, mas não limitadas.