Texto escrito a partir do desafio de Martha Medeiros e Maggie Sander.
Sou difícil de começar, então parto da estação: sou primavera, sempre fui, a cada ano confirmo.
Sou café da manhã demorado, com cheirinho de mel no pão torrado, com um toque de café preto. Fesco, claro!
Sou mamão com aveia, banana com granola, suco com o que tiver.
Sou do chima solito pela manhã, e do chima companheiro a qualquer hora.
Ninguém acredita, mas digo que sou bolsista e trabalho. Adoro o que faço, mas nem sei direito o que é, muito menos explicar.
Sou Erico Veríssimo de coração, Saramago de cabeça, Hume de filosofia, Kant de brincadeira. Sou Bakunin de utopia e Quintana cotidianamente. No fundo sou Peanuts, e uma Mafalda bem mais contida.
Sou filme em qualquer lugar, menos no computador. Sou Seinfeld e That´s 70´s show, sou Big Bang Theory. Sou blockbusters para os outros, cinema alternativo e TVE para mim.
Sou ave, cachorro, tartaruga, mar, céu, ar, terra. Não sei ser algo único da natureza, sou toda ela. Sou brincar na lama, tomar banho de chuva, pular cachoeira, rolar na grama. Não tenho como evitar, adoro cachorro, mas sou gato. Sim, sou contraditória como todos os humanos. Sou lagartixa. Volúvel demais.
Sou preguiça depois do almoço, preguiça de tomar banho, preguiça de acordar. Sou a economia em pessoa, menos ao fofocar.
Sou vinho rose, sou cara lavada, cabelo nem tanto. Gosto tanto da minha cor que sou filtro solar 30, chapéu e sombra. Sou da praia da calmaria, do banho de mar, de ver o sol nascer e comer crepe. Ah! Sou doce, doce e doce.
Sou sorvete de uva, negrinho de colher, pipoca de panela; doce. Mas não me dê café com açúcar, sou também do equilíbrio.
Não sou do churrasco, mas sou gaúcha no sentido amplo; não sou apenas do Rio Grande do Sul, sou de Colônia, da erva pura folha, do monte caído. Dançar TNT até não se aguentar mais.
Sou das Cordilheiras dos Andes, dos sebos, dos brechós, das flores e hortas. Sou de tudo isso junto ao mesmo tempo.
Não sou estrela de rock, não sou genial, muito menos sábia. Não sou cool, cult, nerd, militante. Mas também não sou careta, poser, beatnik, bitolada. Uso, mas não gosto de rótulos e estereótipos.
Sou do imanente; tiro o sentido da vida na aceitação de que vivê-la é o seu sentido. Não tenho fé, mas não sou intolerante. Sou tudo o que escrevi, mas talvez não tudo. Certamente tudo que sou não escrevi. Se sou mentirosa? Não, apenas um pouco tímida e inacabada.
Nesse meio tempo já fui tanta coisa mais... Sou risada interna para piadas, e demora em compreendê-las. Sou dificuldade em sorrir em fotos, e jogos de tabuleiro. E por ai vai, os íntimos que sabem mais! O bacana dessa atividade é voltar-se a si, bem no clima do post anterior.
Adorei! Te definiu certinho!!! Ah, e tem váaarias frases que pegaria para o meu, afinal, irmãs passam por coisas parecidas, e acabam tendo algumas preferências iguais também. Parabéns pelos textos! Cris
ResponderExcluirEsse foi um dos textos mais bonitos e verdadeiros que já li.
ResponderExcluirBeijos!
Gostei de ler este texto. Realmente és como escreves, mas um pouco deixaste para ser descoberto ou para aqueles que te conhecem e te amam.
ResponderExcluirQuanta sensibilidade transbordando naturalmente...lindo, continua...não pare nunca!Elis
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