segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Frase atribuída a José Saramago
A filosofia, ou pela filosofia, olhamos o mundo com outros olhos. É inevitável uma mudança de pensamento. Uma mudança no modo de ser e encarar as coisas.
Posso estar enganada. Pode ser que qualquer curso que faria (ou não fazer nenhum curso) mudaria em algo na minha vida. Acho que sim, na realidade. Mas, ainda acho que a filosofia te muda de um jeito único; porque é seu objeto de investigação o mundo! As relações que os homens têm no mundo.
Filosofia, não importa se política, filosofia da ciência ou da linguagem, filosofia moral; a filosofia muda as tuas lentes.
Ou não! Pode ser que eu esteja enganada, não tenho mesmo certeza de nada disso que escrevi. Talvez o que falta na sociedade atual não é filosofia, mas algo bem mais simples: falta vida.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Papagaios livres
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Problemas da Filosofia de nosso tempo
quinta-feira, 29 de julho de 2010
sábado, 17 de julho de 2010

18:00
Como um floco de neve, numa fria tarde de inverno;
Assim como as nuvens negras ao entristecer da tarde, encontram no silêncio do sol poente o seu fim;
Na noite calada e fria ainda caem os flocos de neve, refletidos sobre a fraca luz da lua,
Que junto com algumas poucas estrelas dançam uma valsa há muito esquecida;
Ao som de uma sinfonia silenciosa, os flocos de neve dançam solenemente, sobrevivem ao sol poente, o apagar das luzes do universo, iluminados por estrelas, que, como velas fracas, refletem suavemente a escuridão por entre as brumas da noite;
Os flocos de neve trarão consigo a memória, esta, escondida no lado escuro da lua, que reflete a luz da vida;
A mesma lua negra e fria que surge toda a noite;
Refletida nos flocos de neve, para iluminar a escuridão...
(texto escrito há bastante tempo, que eu acabei encontrando nesse frio anoitecer de julho.)
terça-feira, 27 de abril de 2010
"Hoje eu quero sair só"
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Seguir em direção a tudo que amamos
soletrava
uma palavra sem nexo
na pedra da calçada.
Não percebeu
que percebia
que a chuva que chovia
não chovia
na rua por onde
andava.
Era a chuva
que trazia
de dentro de sua casa;
era a chuva
que molhava
o seu silêncio
molhado
na pedra que carregava.
Um silêncio
feito mina,
explosivo sem palavra,
quase um fio de conversa
no seu nexo de rotina
em cada esquina
que dobrava.
Fora de casa,
seco na calçada,
percebeu que percebia
no auge de sua raiva
que a chuva não mais chovia
nas águas que imaginava."
domingo, 4 de abril de 2010
Ao longe, consigo ouvir a música.

domingo, 21 de março de 2010
sexta-feira, 19 de março de 2010
Filosofia
Quando paro de pensar,
Sinto-a em volta...
Novamente,
Só mais uma vez.

É uma relação não resolvida, de nada segura. Às vezes tensa, outras apaixonante. É normal eu senti-la vazia, ou o oposto do que tanto se apologiza ser: vejo-a tão superficial... O fato é que ainda não consegui deixá-la.
terça-feira, 16 de março de 2010
Não quero me engarrafar

domingo, 14 de março de 2010

Está poesia é para a Elis, que me perguntou se eu conhecia alguma relacionada à trancendencia na imanência. É mais imanente que transcendente. E mais cética que imanente. Mas ainda um ceticismo inspirador.
sábado, 13 de março de 2010
Duas notícias tristes relacionadas à leitura...
Moradores de Nova York abandonam livros velhos
As bibliotecas da cidade chegam a recusar doações por causa do volume de livros rejeitados. Alguns são salvos e vendidos em banquinhas de rua, outros são reciclados e viram até caixa de pizza.
De Nova York, uma das maiores metrópoles do mundo, o novo correspondente da Globo, Flávio Fachel, mostra um hábito estranho dos moradores.
Na cidade grande dos apartamentos apertados, espaço pode valer mais que cultura. Depois de uma mudança, é comum achar nos apartamentos vazios de Manhattan livros pesados e volumosos. E muita gente se muda todos os dias.
O zelador de um prédio confirma: pelo menos uma vez por mês, recolhe vários livros abandonados pelos moradores e os entrega para o lixeiro. O que ele sente quando faz isso? “É desperdício de conhecimento, uma vergonha”, ele diz.
As bibliotecas da cidade chegam a recusar doações por causa do volume de livros rejeitados que são oferecidos todos os dias. Alguns são salvos por camelôs. À noite, um deles diz que passa nas latas de lixo, seleciona livros que foram jogados fora e põe tudo à venda na calçada. Existem centenas de banquinhas espalhadas por Nova York. Alguns livros, recebem preço não muito nobre. Outros, tem melhor sorte.
Ninguém sabe exatamente quantos livros acabam ficando para trás nesse entra e sai de gente em apartamentos para alugar em Nova York.
Mas numa loja especializada em compra e venda de livros usados, nós descobrimos que, pelo menos alguns, podem ser redescobertos.
Como um que faz parte da primeira edição de ‘Alice no país das maravilhas’ e que foi avaliado em US$ 15 mil. Agora, em vez de ficar esquecido no fundo de um armário, o lugar dele é dentro de um cofre.
Mas o destino da gigantesca maioria dos livros abandonados na cidade é mesmo uma barcaça. Todos os dias, ela ajuda a recolher 1,6 mil toneladas de papel para uma usina de reciclagem.
Não é preciso caminhar muito no lixo para achar livros de química, romances populares e até livros infantis.
Eles são triturados junto com o resto dos papéis e transformados numa massa cinza que, oito horas depois, vira papelão.
Os livros podem até ter desaparecido, mas, de uma forma ou de outra, continuam ajudando a escrever uma outra página da cultura americana. Lá na usina de reciclagem, eles viram caixas de pizza, que são vendidas nas esquinas de Manhattan.
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O assassinato do cartunista Glauco também é triste para os apaixonados pela leitura.
No site dele além de tirinhas por personagens, é disponibilizado material para colorir e aprender a desenhar.
http://www2.uol.com.br/glauco/
terça-feira, 9 de março de 2010
Visão a partir de lugar nenhum... parte I

“Tudo o que faço é parte de algo que não faço, pois sou parte do mundo”
Descrever a ação sobre o ponto de vista externo significa entendê-la dentro da causalidade da natureza. Ou seja, o ser humano é um ser natural, tanto quanto um gato, uma cambacica ou uma lagartixa: suas ações são determinadas porque fazem parte do mundo.
O conflito entre liberdade e necessidade é tanto existencial como acadêmico. Uma vez que paramos para pensar sobre isso nossas “visões” são abaladas. Da mesma forma, este é um problema que a perspectiva naturalista deve enfrentar. Como simpática a esta perspectiva é alegre (sim, por que não?) que inicio a leitura de Nagel, mas agora somente com essas palavras a oferecer.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Kant sobre "quem se acha"
Crítica da Faculdade do Juízo, p. 215.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Apessoando-se.
Texto escrito a partir do desafio de Martha Medeiros e Maggie Sander.
Sou difícil de começar, então parto da estação: sou primavera, sempre fui, a cada ano confirmo.
Sou café da manhã demorado, com cheirinho de mel no pão torrado, com um toque de café preto. Fesco, claro!
Sou mamão com aveia, banana com granola, suco com o que tiver.
Sou do chima solito pela manhã, e do chima companheiro a qualquer hora.
Ninguém acredita, mas digo que sou bolsista e trabalho. Adoro o que faço, mas nem sei direito o que é, muito menos explicar.
Sou Erico Veríssimo de coração, Saramago de cabeça, Hume de filosofia, Kant de brincadeira. Sou Bakunin de utopia e Quintana cotidianamente. No fundo sou Peanuts, e uma Mafalda bem mais contida.
Sou filme em qualquer lugar, menos no computador. Sou Seinfeld e That´s 70´s show, sou Big Bang Theory. Sou blockbusters para os outros, cinema alternativo e TVE para mim.
Sou ave, cachorro, tartaruga, mar, céu, ar, terra. Não sei ser algo único da natureza, sou toda ela. Sou brincar na lama, tomar banho de chuva, pular cachoeira, rolar na grama. Não tenho como evitar, adoro cachorro, mas sou gato. Sim, sou contraditória como todos os humanos. Sou lagartixa. Volúvel demais.
Sou preguiça depois do almoço, preguiça de tomar banho, preguiça de acordar. Sou a economia em pessoa, menos ao fofocar.
Sou vinho rose, sou cara lavada, cabelo nem tanto. Gosto tanto da minha cor que sou filtro solar 30, chapéu e sombra. Sou da praia da calmaria, do banho de mar, de ver o sol nascer e comer crepe. Ah! Sou doce, doce e doce.
Sou sorvete de uva, negrinho de colher, pipoca de panela; doce. Mas não me dê café com açúcar, sou também do equilíbrio.
Não sou do churrasco, mas sou gaúcha no sentido amplo; não sou apenas do Rio Grande do Sul, sou de Colônia, da erva pura folha, do monte caído. Dançar TNT até não se aguentar mais.
Sou das Cordilheiras dos Andes, dos sebos, dos brechós, das flores e hortas. Sou de tudo isso junto ao mesmo tempo.
Não sou estrela de rock, não sou genial, muito menos sábia. Não sou cool, cult, nerd, militante. Mas também não sou careta, poser, beatnik, bitolada. Uso, mas não gosto de rótulos e estereótipos.
Sou do imanente; tiro o sentido da vida na aceitação de que vivê-la é o seu sentido. Não tenho fé, mas não sou intolerante. Sou tudo o que escrevi, mas talvez não tudo. Certamente tudo que sou não escrevi. Se sou mentirosa? Não, apenas um pouco tímida e inacabada.
Nesse meio tempo já fui tanta coisa mais... Sou risada interna para piadas, e demora em compreendê-las. Sou dificuldade em sorrir em fotos, e jogos de tabuleiro. E por ai vai, os íntimos que sabem mais! O bacana dessa atividade é voltar-se a si, bem no clima do post anterior.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Leitura de verão... Divã, de Martha Medeiros

Engraçado eu me motivar a ler um livro com esse nome, mas há dois culpados: eu gosto da autora e gostei do filme. Mercedes é uma mulher de meia idade que ainda não achou seu "eu"; e voltando-se a si, parte em sua busca, usando a boa e velha verbalização. É uma jornada pessoal, existencial.
O que me trouxe identificação foi a sua descoberta> quis tanto encontrar-se que se viu nos outros, na convivência que dá graça a vida. Pelas diferenças, assumimo-nos, pelas igualdades, nos fortificamos. Nas risadas compartilhamos e nas confissões nos ligamos. Deve ser por isso que a saudade é tão devastadora; uma parte do que nos faz ser, não está.
Como se trata de alguém expondo e construindo ideias, Mercedes(ou Martha) fala sobre medos, família, sexo, sociedade... Enfim, dos montes de pensamentos que povoam nossas mentes. A seguir algumas partes deliciosas:
“Sou tantas que mal consigo me distinguir. Sou estrategista, batalhadora, porém, traída pela comoção. Num piscar de olhos fico terna, delicada. Acho que sou promíscua, doutor Lopes. São muitas mulheres numa só, e alguns homens também. Prepare-se para uma terapia de grupo”.
“Alguém um dia disse que o homem está condenado a ser livre, acho que foi Sartre. Tem sido dilacerante para mim aceitar que a vida sem laços é a única liberdade possível. E se não for? E se Sartre estiver redondamente enganado, e a liberdade for, ao contrário, a mescla com outras vidas, e se a liberdade for o autoconhecimento gerado pela convivência, não pela reclusão, e se tudo o que eu li e vivi até hoje foi desperdiçado por essa minha busca idiota por uma verdade soberana?”
“Queria poder dizer a essa mulher de pernas cruzadas e costas eretas que se ela fosse realmente minha amiga estaria estirada no sofá, com as pernas em cima da mesinha de centro e pedindo que eu colocasse um disco. Que se ela fizesse parte do meu mundo não estaria essa echarpe rosa-bebê nem teria exagerado tanto no perfume, e muito menos falaria o português correto.”
“Eu vejo esse pessoal com piercing na língua e na sobrancelha e me espanto com a facilidade com que eles expressão seu inconformismo, mas é um conformismo padronizado, com fotos publicadas em revista de moda. Fica datado, vira registro de época, e o que tanto os inconformou acaba sendo deixado em segundo plano. Se eu pintasse meu cabelo de rosa-choque eu me sentiria a mais careta das mortais. Eu sou rosa-choque por dentro.”
[...] A menina tem jeito, precisa apenas deixar de se levar a sério. Tem 20 anos apenas. O Renato, 21. A modernidade os alcançará lá adiante, quando não estiverem mais atrás disso.”
“Lopes, que liberdade boa essa de se desresponsabilizar pelo próprio personagem[...] A liberdade de que falo é aquela de tentar ser aquilo que ainda não tentamos”
domingo, 24 de janeiro de 2010
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Unindo desenhos animados com mitologia
Mitologia Grega
Sabe o desenho “A Pequena Sereia”? Lembra do Tritão, o pai de Ariel? Ele já existia naquela época, nos mitos contados por gregos. Tritão era um deus marinho, representado por cabeça e tronco humanos, e cauda de peixe. Era filho de Poisedon, deus supremo dos mares. Agora pense no pai de Ariel. Ele não era o rei do mares, com uma cauda enorme de peixe?
Você também deve conhecer “Os Cavaleiros do Zodíaco”, desenho repleto de mitologias. Cinco guerreiros guiados pelo poder de uma constelação, com a missão de proteger Saori, reencarnação da deusa Atena (deusa da guerra justa e da sabedoria), enfrentando diversas batalhas, como a de Hades, por exemplo. Hades, no desenho, é o senhor das trevas, que concedia corpo físico para os mortos. Na mitologia grega, ele era o deus dos mortos. Algo em comum?
A mitologia, nesse caso, a grega, inspira e sobrevive em desenhos animados, filmes, peças de teatro e brincadeiras. Isso porque os mitos são uma forma mágica de explicar como e porque a realidade é a existente. O homem primitivo situava-se no mundo e encontrava razões para seus atos através deles. Para a pergunta de onde viemos, apresentavam a cosmogonia. Ao ver o mar agitado, diziam que Poisedon estava zangado. Ao querer explicar o amor, surgia Eros, lindo, irresistível, ignorante do bom senso. Segundo Maria Helena Martins, as raízes do mito não se acham nas explicações exclusivamente racionais, mas na realidade pré-reflexiva, das emoções e da afetividade. Afirma também que “o mito não é resultado de delírio, nem de uma simples mentira. O mito ainda faz parte da nossa vida cotidiana, como uma das formas indispensáveis do existir humano”.
Então, na próxima vez que você for para frente da telinha, preste atenção em como os desenhos tratam a realidade. E quando ouvir um nome estranho, pergunte para seus pais, para a professora ou para os livros, se esse personagem não foi inspirado por alguma lenda antiga. São valores e visões que ainda permeiam os dias atuais, deixando claro para nós que a tecnologia não inventa histórias, somente as reproduz. A mente humana cria novas máquinas, mas ainda se apóia em mitos anteriores ao cristianismo. A mitologia faz parte das bases de nossos valores e crenças, portanto, do nosso cotidiano.